Texto: Priscilla Aguiar
Foto: Rameson Moreira/Jornal O Itaboraí
As
obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) podem
demorar ainda mais para serem concluídas. Os operários que trabalham nas
obras decidiram, ontem pela manhã, durante assembleia no próprio local,
entrar em greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam
melhores salários, além de exclusão da cobrança de 25% da coparticipação
do plano de saúde e garantia de passagem de ida e volta para
funcionários que moram fora da cidade.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção,
Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região
(Sinticom), Manoel Vaz, cerca de 8,5 mil contratados - entre montadores,
soldadores, maçariqueiros, pedreiros, encarregados, eletricistas,
técnicos e ajudantes - já estão de braços cruzados. No total, são 14 mil
trabalhadores no complexo.
“Os funcionários estão reivindicando melhores salários, pois os mesmos
não estão compatíveis com os profissionais da área. Os empregadores
ponderaram os aumentos salariais, mas apenas a partir de fevereiro. A
gente quer algum aumento agora”, enfatizou Vaz.
O líder sindical explicou ainda que a mão de obra está escassa e que o
governo e a Petrobras precisam intervir para trazer melhores condições
de trabalho ao Comperj.
“Não há desenvolvimento sem infraestrutura, é o nosso momento de ser
categoria de ponta. A defesa do país passa por nossas mãos”, avaliou
Vaz.
Para o presidente do Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense
(Conleste), Carlos Pereira, também prefeito de Tanguá, os prejuízos
causados pela greve serão de grande proporção.
“As obras já estão atrasadas, e uma greve agora irá cada vez mais
prejudicar essa região, porque isso diminui a arrecadação dos
municípios. Mas, por outro lado, precisamos levar em consideração as
reivindicações e analisar as diretrizes do movimento”, argumentou.
Em escala nacional, o Comperj prevê criação de mais de 200 mil empregos
diretos e indiretos durante sua fase de construção e após o início das
atividades. A previsão de conclusão das obras é para 2014.
Manifestação
Cerca de 5 mil funcionários realizaram uma manifestação pacífica, na
última segunda-feira. Os operários exigiam a equiparação de seus
vencimentos aos de outras classes de trabalhadores empregadas no mesmo
local.
A Petrobras esclareceu que o manifesto reuniu funcionários de empresas
terceirizadas - unidas no consórcio TEAG, QGGI , SPE e Alusa -, mas não
provocou impacto no andamento das obras do empreendimento.
Segundo o Sinticom, uma nova assembleia já está marcada para amanhã, às
7h, no local das obras, para avaliação do movimento grevista.
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