quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Enterrada em Niterói mais uma vítima do desabamento no Rio

Texto: Priscilla Aguiar
Foto: Bruno Eduardo Alves

 
Foi sepultada ontem mais uma vítima da tragédia do desabamento dos três prédios, ocorrido na semana passada, na Avenida Treze de Maio, no Centro do Rio. Daniel de Souza Jorge Amaral, de 26 anos, foi sepultado no final da manhã no Cemitério do Maruí, no Barreto.
Cerca de cem pessoas participaram da cerimônia. A mãe do rapaz, Sueli Amaral, muito emocionada, precisou ser amparada pelos familiares. Daniel era morador do Mutondo, em São Gonçalo, havia se casado e se formado há pouco mais de um mês, em análise de sistemas. Ele trabalhava no cargo na empresa Tecnologia Organizacional (TO), responsável pelas obras no Edifício Liberdade e, segundo familiares, fazia horas extras no trabalho na hora do desabamento.
O pai de Daniel, Sérgio Lopes de Oliveira, de 53 anos, contou que o filho vivia um momento muito feliz, tinha acabado de se formar no que ele mais gostava de fazer e tinha conseguido mobiliar sua casa nova.
“Eu falei com ele um dia antes, ele até brincou dizendo que ia fazer um churrasco para eu conhecer a casa nova dele. Ele estava muito bem, havia acabado de casar, de se formar. Ele era muito inteligente, esforçado, querido por todos”, contou.
A irmã de Daniel, a bióloga Daniele Amaral, de 33 anos, disse que desde que soube da notícia a família está muito abalada. Segundo ela, Daniel vivia o melhor momento de sua vida.
“ Ninguém esperava isso, ele era uma pessoa maravilhosa, trabalhadora. Estava trabalhando na hora. Minha mãe desde que soube está a base de remédios”, lamentou.
O corpo de Daniel foi reconhecido na última segunda-feira, pela impressão digital. Até a tarde de ontem, 17 corpos já haviam sido retirados dos escombros, sendo que 13 deles foram identificados. Outras cinco pessoas continuavam desaparecidas.
Na sexta-feira passada, também no Maruí, já havia sido sepultado o corpo do administrador niteroiense Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, uma das primeiras vítimas da catástrofe a serem enterradas.

Buscas continuam
A Secretaria Estadual de Defesa Civil do Rio informou na tarde de ontem que já recolheu dez partes de corpos de vítimas do desabamento de três prédios no Centro da capital em um depósito da Comlurb na rodovia Washington Luiz, na Baixada Fluminense, para onde estão sendo levados os entulhos. Ainda não se sabe se o restos mortais pertencem a vítimas já identificadas ou se a outras pessoas que continuam desaparecidas.
Na noite passada, mais dois corpos, dos 17 resgatados, foram identificados pela Polícia Civil. Os corpos são de Daniel de Souza Amaral, de 26 anos, e Miriene Lopes dos Santos, de 66 anos.
Os bombeiros continuam vasculhando a montanha de entulhos com o auxilio de máquinas e cães farejadores. A todo momento, o trabalho das retroescavadeiras é interrompido para que os animais façam a procura por possíveis vítimas.
Também esta manhã, representantes da Associação das Vítimas da 13 de Maio chegaram ao depósito da Comlurb para acompanhar o trabalho dos bombeiros. A recém-criada entidade teve garantida sua presença no local por medida judicial. O grupo de advogados que fundou a associação mantinha um escritório no 13º andar do Edifício Liberdade, que ao desabar, pôs abaixo também mais dois prédios.
Esteve ainda no local a advogada Ildenia Castro, que trabalhava em um escritório de contabilidade do Edifício Colombo, buscando informações com a Defesa Civil para reaver pertences. Ela recebeu explicações sobre os procedimentos adotados pela prefeitura, em conjunto com o governo do estado, para separação dos documentos e objetos de interesse das pessoas e empresas que tiveram perdas materiais no desabamento.

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