Texto: Priscilla Aguiar
Depois de quase duas
décadas de estudos e impasses, o túnel Charitas-Cafubá vai sair do
papel. O projeto de construção do túnel foi apresentado e debatido ontem
durante Audiência Pública, realizada pela Empresa Municipal de Moradia,
Urbanização e Saneamento (EMUSA), na Câmara de Dirigentes Logistas de
Niterói (CDL-Niterói).
O túnel será composto por duas galerias com 1.300 m² cada, uma só de
ida, com duas faixas de rolamento e outra de volta, também com duas
faixas de rolamento. Terá uma ligação no meio e, a cada 300m, haverá
acostamento. Será monitorado, através de um Centro de Controle e
Operação, com serviço médico, reboque e guincho, mas terá um pedágio,
cujo valor ainda não foi definido. Em 2008, estimava-se o preço de R$ 5,
que não foi confirmado durante a audiência de ontem.
A obra terá um custo de R$ 80 milhões e será financiada por um
concessionária, através do pedágio. A empresa vencedora será responsável
pela implantação e manutenção do túnel. O prazo da obra é de dois anos,
ainda sem data definida para início.
Segundo o engenheiro Guilherme Tinoco, ex-presidente da Emusa e atual
presidente da Clin, o túnel irá suprir uma necessidade da população de
ter outra alternativa rodoviária. Segundo ele, a Região Oceânica é a que
mais cresce na cidade e, até 2013, terá 23% da população de Niterói.
“Hoje, a população da RO, que é a que mais cresce da cidade, é obrigada a
passar pelo Largo da Batalha e fazer uma volta muito grande. Com o
túnel, além de diminuir esse percurso, o trânsito será dividido, o que
evitará congestionamentos”, disse.
De acordo com estimativa feita pela Nittrans, sem o pedágio o túnel
teria uma circulação de veículos de 75% do total e, com ele, esse número
seria reduzido a 50%. Segundo o presidente da Nittrans, Sérgio
Marcolini, a existência do pedágio, incluindo o fato de que metade dos
veículos circularia no túnel, seria positiva, pois dividiria o trânsito e
não se teria engarrafamento em nenhuma das duas opções de tráfego.
Para o secretário Estadual de Transportes, Julio Lopes, o túnel é uma
solução importante, pois vai gerar uma opção muito mais acelerada de
acessibilidade para a Região Oceânica.
“Adiar essa implantação, por questões de recursos, seria muito mais
prejudicial à população do que mesmo o pedágio, tendo em vista que é uma
população que está crescendo muito”, afirmou o secretário.
Para a construção do túnel Charitas-Cafubá, será desapropriada uma
creche Municipal em Charitas e parte do Hospital Psiquiátrico de
Jurujuba e a Rua Oliveira Rodrigues no Cafubá será alargada e
pavimentada.
Túnel Charitas-Cafubá
A construção do túnel é estudada há anos como alternativa para melhorar o
trânsito na Região Oceânica e seus acessos. Em 2002, o projeto foi
incorporado ao Plano Urbanístico da cidade. Em 2009, foi integrado ao
Plano Municipal de Transporte e Trânsito, do arquiteto Jaime Lerner, que
prevê a criação de cinco terminais rodoviários, incluindo o de
Piratininga e o de Charitas, que seriam ligados através do túnel.
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