sexta-feira, 29 de março de 2013

Profissional ganha, em média, R$ 40 a cada meia hora de cuidado. O trabalho inclui serviços de alimentação, cuidados higiênicos, administração de medicamentos entre outros

Com a correria do dia a dia é cada vez mais comum as pessoas passarem o dia fora de casa ou mesmo precisarem viajar. Mas quem tem gatos e não pode levá-los nesses compromissos sabe a dificuldade que enfrenta nessas horas. Como solução para essas pessoas, uma profissão nova tem crescido no País, a de cat sitter ou babá de gatos, comum nos Estudos Unidos e na Europa. No Brasil a profissional ganha, em média, R$ 40 a cada meia hora de cuidados com o felino, na casa do cliente.

O trabalho de uma babá de gatos inclui serviços como: alimentação e cuidados higiênicos, administração de medicamentos em casos de doença ou tratamentos pós-cirúrgicos, garantia do bem-estar do animal com brincadeiras para minimizar a ausência do proprietário e um relatório diário com fotos, que é enviado ao cliente por e-mail ou celular.

De acordo com profissionais da área não há a necessidade de investimento para se tornar uma babá de gatos e ainda não há uma formação específica para a profissão no Brasil.

Apaixonada por animais, em especial por gatos, a bióloga Rosangela Mendes, de 36 anos, se considera babá de gatos desde quando ainda era criança. Ela conta que morava em um sítio com 25 gatinhos e tinha como função cuidar dos felinos. Quando cresceu decidiu fazer biologia e se especializou em comportamento animal e há seis anos trabalha profissionalmente na área. Para ela é importante se especializar para cuidar de animais, mas ela ressalta que as características essenciais para ser uma boa cat sitter é “amar gatos, conhecer a natureza e as necessidades de um felino, amá-los e respeitá-los como se fossem seus próprios animais de estimação”.

Rosangela relata que apesar de muitos brasileiros precisarem do serviço a profissão de babá de gatos ainda é desconhecida no País. Mas, segundo ela, há um crescimento da procura pelo profissional e um dos motivos que impulsionam esse aumento é o fato dos gatos receberem cuidados no seu próprio ambiente, o que também facilita o convívio com a cuidadora.

“Os brasileiros, de maneira geral, desconhecem essa profissão. Mas quando há a oportunidade de contratar este tipo de serviço, não pensam e não querem outra forma de cuidado, pois acreditam no conceito de que cuidar de gatos dentro de seu próprio território traz o benefício que nenhum outro local trará. Esse serviço garante o bem-estar dos gatos, pois eles não ficam estressados por estarem fora de sua rotina”, afirma.

Para Rosangela por se tratar de uma paixão aliada à profissão o dia a dia de uma babá de gato é muito prazeroso. Ela conta que os gatos que ela cuida acabam fazendo parte da sua família.

“Durante a visita, o que mais compensa é ter a certeza de que o trabalho foi muito bem-feito e acima de tudo que seus clientes gatinhos tornam-se parte de sua família e são agradecidos por tudo que faço por eles. Isso eles mostram no olhar e quando retorno para minha próxima visita, pois a alegria ao me ver não tem preço”, afirma. Atualmente Rosangela atende na cidade do Rio de Janeiro.

Confiança – A babá de gatos Viviane Dias, de 26 anos, moradora de Niterói, ingressou na profissão há um ano. No entanto, sua relação com os felinos é antiga. Ela conta que a ideia de se tornar uma profissional da área veio por já ter a confiança de donos de gatos por fazer um trabalho de resgate e doação de animais.

“Como eu resgato gatos, as pessoas passaram a me ver como uma pessoa que poderia ajudá-las a cuidar dos seus gatos. Então me veio a ideia de profissionalizar isso e assim também dar um suporte para os donos de gatos que respeitam o fato de seus felinos odiarem sair de casa. Então juntei a paixão com a profissão”, detalha.

Além do cuidado com o felino Viviane ressalta que a profissional também precisa “cuidar” do dono que quase sempre fica aflito por estar longe do seu animal de estimação, dando o relatório diário com fotos, por exemplo.

“É preciso que o cliente tenha confiança para deixar seu animal de estimação aos cuidados de alguém, por isso é preciso estar acima de tudo, preparada para qualquer eventualidade, afirma.

A professora Ana Cristina Ribeiro dos Santos, de 45 anos, é uma das clientes de Viviane. Ela é dona dos gatos da raça persa Nina, de 7 anos e Samuel, de 8 anos e conta que às vezes precisa viajar, mas a dificuldade de deixar os animais sempre foi um problema nessas horas.

Ela relata que conheceu os serviços de Viviane ano passado, quando precisou fazer uma viagem para Itália. “Foi ótimo, exatamente o que eu precisava”, resume.

Antes de conhecer o serviço de babá de gato Ana Cristina recorria à vizinha, mas apesar da boa-vontade o tratamento não era o mesmo.

“Para quem tem gato viajar é sempre um drama e para mim não era diferente. Eu nunca tinha com quem deixar meus gatos e acabava recorrendo a minha vizinha. Mas não é todo mundo que sabe cuidar de gatos, ainda mais que um deles está meio doente e precisa de cuidados especiais. Acho o máximo esse serviço, não preciso me preocupar, pois percebo que eles estão sendo bem tratados”, diz.

O veterinário Márcio Feliciano explica que além de gostar de animal para ingressar na profissão é indispensável ter paciência, pois o gato é um animal temperamental, e ter uma preocupação com a higiene do felino.

“Gostar de animal é imprescindível, mas, além disso, ser paciente também é muito importante, porque o gato, diferente do cachorro, é bastante temperamental e tem dificuldade de adaptação, então até ele criar uma confiança com a babá pode demorar um pouco. Também é preciso se atentar aos cuidados com a higiene. A bandejinha usada pelo gato para defecar e urinar, por exemplo, é importante ter duas, porque se demorar a limpar ele não vai usar a suja e isso pode afetar a saúde dele”, ensina.

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