sexta-feira, 29 de março de 2013

Construção Civil vai abrir 150 mil postos de trabalho este ano, sendo 30 mil vagas só no estado do Rio


Em ascensão, a Construção Civil precisa de mais mão de obra para atender a demanda, afirmam especialistas. A previsão do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio)para 2013 é a contratação de 30 mil novos trabalhadores no estado na área e 150 mil no País.

Através de um diagnóstico realizado pela equipe pedagógica responsável pelos cursos de Formação Inicial e Continuada da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), foi identificada escassez de profissionais como pedreiro de alvenaria e encanador instalador predial. Especialistas apontam também a necessidade de mais carpinteiro de forma, armador de ferro e pedreiro de revestimentos e de alvenaria. O salário inicial (com vínculo empregatício) previsto para as profissões da área é a partir de R$ 800.

O motivo da escassez, além do aumento da procura por mão de obra, é que muitos destes profissionais já trabalham como empreendedores e/ou na informalidade, aponta a diretora de Formação Inicial e Continuada da Faetec, Márcia Pimentel. Segundo ela, o aumento da demanda se explica pelo investimento em melhorias na infraestrutura das cidades, com a revitalização de áreas urbanas estratégicas, principalmente para atender o público que o Rio de Janeiro irá receber sediando grandes eventos internacionais, já a partir deste ano.

Além das instalações de infraestrutura voltada para os Jogos Olímpicos, Márcia destaca que a cadeia da Construção Civil fluminense está sendo fomentada também pelos investimentos em empreendimentos habitacionais, como o programa “Minha casa, minha vida” e os programas de urbanização realizados pelas prefeituras.

Contratação – O Rio de Janeiro é o maior gerador de empregos do Brasil na área da Construção Civil, de acordo com uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Só no ano passado foram gerados no estado 25.303 postos de trabalho. Ainda que represente um recuo de 15% frente a 2011 (28.859), o resultado de 2012 é o terceiro melhor da série histórica e colocou o Rio de Janeiro como o maior gerador de empregos nesse setor, com 69% a mais do que o segundo colocado, Minas Gerais (14.938).

Outra pesquisa, divulgada pelo Sinduscon-Rio, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, também aponta o Estado do Rio como o campeão brasileiro na geração de empregos no setor em 2012. O saldo entre contratações e demissões foi de 32.956, contra 24.417 em São Paulo, o segundo colocado. A expectativa da Câmara Brasileira da Construção é que o PIB da Construção cresça de 3,5% a 4% em 2013, em relação ao ano passado.
De acordo com o Sinduscon-Rio, em dez anos aumentou em 135% o número de postos de trabalho na Construção Civil no estado do Rio. Em 2002 o estado tinha pouco mais de 150 mil postos de trabalho. Em 2012 esse número subiu para mais de 353 mil. O Brasil também teve o aumento de 153% no mesmo período. Em 2002 eram cerca de 1,3 milhão de postos de trabalho e em 2012 esse número subiu para aproximadamente 3,3 milhões.

Capacitação – Segundo o presidente do Sinduscon-Rio, Roberto Kauffmann, a solução para o problema de escassez de mão de obra é aumentar a oferta do número de cursos de capacitação.
“Já existe uma falta de mão de obra em diversas profissões da área. Temos uma demanda muito grande, tanto no setor imobiliário, quanto em infraestrutura e rodovias e é uma área que vai continuar crescendo. Para que o problema de falta de profissionais seja minimizado estamos ampliando as ofertas de cursos. No ano passado formamos 4 mil alunos, em uma parceria com o Senai Rio e esse ano a previsão é que esse número dobre”, informa.

Outra medida para amenizar o problema, segundo Kauffmann, seria o investimento em processos construtivos mais modernos.
“Paralelo a isso, o setor precisa investir em processos construtivos modernos, com produtos pré-moldados, montagens industriais, para que não seja necessário um número tão grande de profissionais em uma obra, como é hoje”, explica.

Reforço – O supervisor técnico de Construção Civil do Senai Rio, Roberto da Cunha, acredita que os esforços no aumento do número de vagas em educação profissional, progressivamente, equacionarão essa questão.
“Fatores como uma série de intervenções importantes que o Estado hoje reúne, tais como construção da usina hidrelétrica de Paracambi, a implantação do Complexo do Açu, o Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro), o Arco Metropolitano, expansão da linha do Metrô, criação de BRT e a revitalização da zona portuária do município do Rio de Janeiro, contribuem para uma demanda maior do que a oferta atual. Mas essa demanda deve ser atendida com o número maior de vagas em educação, que estão sendo disponibilizadas por entidades de educação profissional, fabricantes, construtoras e poder público”, afirma.

Para ele, o profissional que deseja aproveitar o bom momento e ingressar na área deve ter capacidade de aplicar nas atividades profissionais as questões referentes à segurança do trabalho e preservação ambiental, além de interpretar projetos, gerir, planejar e trabalhar em equipe.

O engenheiro civil Carlos Eduardo Penna, diretor da Efer Construtores Associados, conta que dinamismo e empreendedorismo são características de profissionais da área.
“O que me fez seguir essa carreira, além do envolvimento com as disciplinas que eu mais gostava na época escolar, é o fato de ser uma profissão extremamente dinâmica, que envolve um conjunto muito diverso de profissionais e também o gosto pelo empreendedorismo”, relata.

Segundo a pesquisa divulgada pela Firjan, as maiores contratações em 2012 no Rio de Janeiro foram registradas nas atividades de geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações (7.851), construção e recuperação de pontes, viadutos e elevados (5.956) e montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas (5.759). Em 2012, a Construção Civil foi destaque na capital fluminense, cujo saldo de contratações em 2012 superou o de 2011: 14.213 contra 11.584.

Cursos – O Senai Rio oferece em 2013 cursos gratuitos de técnico em administração; técnico em automação industrial; técnico em edificações; técnico em logística e técnico em segurança do trabalho. As inscrições serão encerradas neste domingo e as aulas serão iniciadas a partir do dia 1º de abril. As unidades onde serão oferecidos os cursos são: Rio de Janeiro, Niterói, Centro de Formação Profissional de Niterói, Núcleo de Atividades de São Gonçalo, unidade de Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Centro de Tecnologia Senai Automação e Simulação – Benfica, Senai Jacarepaguá, Senai Tijuca, Unidade Operacional Geraldo Silveira Coutinho e Centro de Formação Profissional de Caxias. O aluno deve ter no mínimo o 2º ano do ensino médio. Mais informações através do telefone 0800-0231231 ou do site www.firjan.org.br.

A Faetec também disponibiliza este ano cursos gratuitos de encanador instalador predial, eletricista instalador predial de baixa tensão, pedreiro de alvenaria, pintor de imóveis, nr-10 (especialização – eletricista), almoxarife de obras, aplicador de revestimento cerâmico, armador de ferragem, carpinteiro de obras, gesseiro, cadista para a construção civil (autocad 2D e 3D). As aulas terão início em abril. Para ingressar no curso é necessário que o candidato tenha como escolaridade mínima o ensino fundamental. Mais informações através do site www.faetec.rj.gov.br.

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